Com pagamentos atrasados, fornecedores teriam emprestado máquinas de cartão para empresa suspeita de golpe no Paraná, diz delegado

Delegado afirma ainda que não há indícios de que os fornecedores tinham a intenção de aplicar golpes. g1 tenta contato com a defesa da empresa.


450 B.O.s foram registrados contra empresa de eventos

450 B.O.s foram registrados contra empresa de eventos

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) identificou que fornecedores da agência de eventos Filia, de Maringá, no norte do Paraná, estavam com os pagamentos atrasados e, para tentar receber, teriam emprestado máquinas de cartão para a empresa. Relembre o caso abaixo.

A informação foi confirmada pelo delegado do caso, Fernando Garbelini, nesta terça-feira (20). Ele afirmou também que ainda não há indícios de que os fornecedores tinham a intenção de aplicar golpes.

“Apesar de [os responsáveis pela agência] terem usado essas máquinas, eles tinham dívidas bastante grandes com essas pessoas. Então acho que, em um ato de desespero, eles [os fornecedores] devem ter emprestado essas máquinas para receber mesmo que parcialmente esses valores”, explica o delegado.

O g1 tenta contato com a defesa da empresa Filia, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Ainda segundo o delegado, o depoimento da proprietária da empresa será prestado de forma online e já tem data marcada para acontecer: será na manhã desta sexta-feira (23).

Uma noiva, que prefere não se identificar, foi uma das clientes da agência que efetuou o pagamento do contrato em uma dessas máquinas de cartão emprestadas.

Ela conta que entrou em contato com o proprietário do aparelho, mas ele teria se negado a efetuar o estorno do valor.

“Ele admite ter recebido, no meu cado, um valor de quase R$ 5,5 mil no CNPJ dele, como consta no boletim de ocorrência. Mas ele diz que não vai fazer o estorno ou pedir o cancelamento das parcelas por que a Filia devia para ele”, relata.

De acordo com o advogado Diego Canever, especialista em Direito Civil, os noivos não podem ser responsabilizados pelos valores devidos pela agência.

“O fornecedor não pode reter uma dívida que não seria dele. Ou ele presta o serviço, ou ele estorna o dinheiro”, diz.

Relembre o caso

Casais foram até a Delegacia de Estelionatos em Maringá registrar boletim de ocorrência contra a empresa — Foto: RPC Maringá

Na semana passada, o advogado Sebastião da Costa Guimarães, responsável pela defesa de Simone da Luz Barbosa, dona da agência de eventos Filia, informou que a cliente quebrou e que os clientes deveriam procurar a Justiça para receber os valores pagos.

VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná