Do Paraná, filha mobiliza comunidade para ajudar mãe que perdeu tudo em enchente no RS: ‘Só saíram com a roupa do corpo’

Fabiana Evangelista Lima, de 28 anos, moradora de Loanda, no noroeste do Paraná, mobilizou a comunidade para juntar dinheiro e ajudar a mãe, Leonice Evangelista, que perdeu tudo após ter a casa invadida pela enchente no Rio Grande do Sul.

Ao g1, Fabiana contou neste sábado que a mãe vive com as netas, de 16 e 18 anos, na cidade de Igrejinha, a 84 quilômetros de Porto Alegre. Segundo ela, a água subiu de repente e inundou tudo. Veja os estragos no vídeo acima.

“Foi tudo muito rápido. Quando eles viram, a água estava no portão e, em menos de cinco minutos, a água estava dentro da casa. Ficou perto do meio do corpo. Eles só saíram com a roupa do corpo”, conta.

Conforme a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, as fortes chuvas mataram dezenas de pessoas e deixaram outras milharas desabrigadas.

Família de Fabiana no eio da enchente em Igrejinha, no Rio Grande do Sul — Foto: Arquivo pessoal

Fabiana afirma que, com a ajuda de vizinhos, a família dela conseguiu sair de casa e procurar um abrigo em um hospital próximo. Depois, segundo a filha, foram acolhidos por parentes em outra localidade.

Sabendo da situação a mais de mil quilômetros de distância, Fabiana acionou amigos e conhecidos para fazer uma rifa com o objetivo de juntar dinheiro para a mãe recomeçar a vida.

Sem previsão de voltar para casa

O Rio Paranhana, que corta a cidade, contribuiu para as cheias que atingiram cerca de 90% da cidade, segundo a Defesa Civil. O salvamento de pessoas só está sendo possível de helicóptero e de embarcações.

Leonice Evangelista, mãe de Fabiana, não tem previsão de retornar para a casa, que está com os móveis danificados e com muita lama.

“Têm bairros que continuam alagados e está bem crítica a situação por lá ainda. Na sexta-feira (3) eles foram lá para fazer a limpeza e jogar os móveis, comida e roupas. Vão começar do zero”, desabafou.

A família é natural de Rondônia e veio para o sul em 2019. Leonice se encantou com a cidade de Igrejinha, interior gaúcho e apostou em viver por lá.

Família de Fabiana no eio da enchente em Igrejinha, no Rio Grande do Sul — Foto: Arquivo pessoal

Causas dos temporais

Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.

A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia – aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.

Cheia do Rio Gravataí­ que continua subindo na divisa entre Cachoeirinha com a Avenida Assis, em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira, 02 de maio de 2024. — Foto: DONALDO HADLICH /CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

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