Libanês que mora no Paraná relata angústia para trazer parentes ao Brasil; prédio onde família morava foi bombardeado

De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, mais de 1 mil pessoas foram mortas e 6 mil ficaram feridas ao longo das últimas duas semanas. O governo afirmou ainda que 1 milhão de pessoas – praticamente um quinto da população do país – deixaram as casas onde viviam.

Este foi o caso também da família de Mohammad.

“Elas tiveram que sair da nossa casa onde elas moravam antes. A casa onde elas moravam foi quase totalmente destruída. Estou muito preocupado com elas”, lamenta o empresário.

Casa onde família de Mohammad Shala morava foi bombardeada — Foto: RPC

O empresário, que mora na capital paranaense há 12 anos, conta que já perdeu conhecidos nos bombardeios. Ele diz ainda que entrou com pedido de visto para a mãe e as irmãs.

“Está piorando mais e mais, infelizmente, cada dia está piorando mais e mais”, afirma Mohammad.

Ainda não há detalhes sobre o trajeto nem sobre quem vai embarcar.

Mohammad Shala relata preocupação com família que ainda vive no Líbano — Foto: RPC

História compartilhada

A história de Mohammad não é um exemplo isolado: o Paraná concentra uma das maiores colônias árabes do Brasil.

Segundo a Assembleia Legislativa do Paraná, Foz do Iguaçu, no oeste do estado, é considerada a segunda maior colônia libanesa do país.

Aqueles que chegaram ao Brasil em segurança dividem o sentimento de alívio, por estarem longe do conflito, com o sentimento de preocupação por quem ficou.

Os dois foram acolhidos pelos familiares que vivem em Foz do Iguaçu. Entre eles, a tia Marian, que vive a angústia da espera pela mãe e pelo marido que ainda estão no Líbano.

“Ela nem dorme, ela fica acordada pensando, preocupada se vai acontecer alguma coisa com o meu tio, se ele vai voltar com a mãe dela, se não vai”, explica a sobrinha Yara.

Em conversa por telefone com uma familiar que ainda está no país do Oriente Médio, ela questiona a jovem: “O que vai acontecer com a gente agora?”.

Yara Abdallah e Mohamed Abdallah foram acolhidos por familiares que moram em Foz do Iguaçu — Foto: RPC

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