“As crianças crescem e o racismo cresce. Eles vão se transformar em adultos, adultos racistas. É sério, grave. Não é vitimismo. Só quem sente na pele sabe, não dá mais para aceitar”, afirma.
O jovem também denunciou apologia ao nazismo por parte do grupo de estudantes da instituição.
Polícia investiga denúncia de racismo e apologia ao nazismo por alunos de colégio particular de Curitiba — Foto: Divulgação
Por meio de nota, o Colégio Positivo afirmou que não tolera no ambiente escolar qualquer ato de desrespeito, preconceito e discriminação. Disse também que determinou a apuração dos fatos com atendimento das famílias envolvidas e que as informações foram apresentadas às autoridades.
Estudante foi ameaçado
De acordo com a mulher, o caso veio à tona após uma briga entre o menino e um grupo de estudantes no corredor do colégio, na última quarta-feira (24).
“Na quarta-feira passada ele me mandou uma mensagem que teve uma agressão no corredor do colégio, que foi um empurrão, soco no peito. Na hora ele revidou também com um empurrão e eles foram conversar com a coordenação. […] À tarde, ele teve que voltar, para fazer uma prova, e foi ameaçado que iam pegá-lo na saída”, relata a mãe.
Segundo ela, ao tentar entender os motivos das agressões, ela descobriu que o filho sofria racismo no colégio.
“Os coordenadores conversaram, cada um foi pro seu canto, como se nada tivesse acontecido. À tarde, ele teve que voltar para fazer prova e quando chegou lá, já tinha sido ameaçado que iam ‘pegar’ ele na saída [do colégio]”, contou a mãe.
Polícia investiga denúncia de racismo e apologia ao nazismo por alunos de colégio particular de Curitiba — Foto: Divulgação
O adolescente contou à família que um grupo de estudantes faz as ofensas racistas de maneira rotineira. Contou, também, que um deles desenhou uma suástica nazista no caderno dele.
À policia, seis adolescentes foram apontados como autores das ofensas racistas.
De acordo com a mãe, o adolescente foi xingado pelos outros estudantes, que enviaram mensagens de cunho racistas para ele.
À mãe, o menino relatou que estava sendo discriminado desde o começo do ano.
A família optou por mudar o estudante de escola.
Polícia investiga
A Delegacia do Adolescente de Curitiba está investigando o caso.
O órgão informou que encaminhou um ofício à escola, no qual pede informações pessoais, como nome, idade, endereço e os nomes dos pais dos supostos infratores.
Para Igor Ogar, advogado que representa a família da vítima, os adolescentes cometeram ator infracionais equiparados à injúria, ameaça e racismo. Eles esperam que a atitude seja punida.
“O interesse é que esse comportamento reprovável seja reprimido, ao ponto que outros jovens não venham a passar pelo mesmo tipo de problema. Que isso sirva de exemplo e modelo de punição para que isso cesse nesta instituição de ensino e em tantas outras que isso vêm acontecendo”, disse.