VÍDEO mostra abertura de caixas-pretas de avião que caiu em Vinhedo e deixou 62 mortos

Segundo o órgão, os dois gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas, o Cockpit Voice Recorder (CVR – gravador de voz da cabine) e o Flight Data Recorder (FDR – gravador de dados de voo) foram transferidos para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Cenipa, em Brasília (DF), na manhã deste sábado (10).

“Os trabalhos preliminares de preparação, extração e degravação de dados foram iniciados pelos investigadores e devem prosseguir, de maneira ininterrupta, pelas próximas horas”, explicou.

Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB

Próximos passos

Após a conclusão da etapa inicial, em Vinhedo, a investigação avançará para a fase de análise de dados.

Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros.

“O Cenipa reitera a intenção e previsão de divulgar, no prazo estimado de 30 dias, o relatório preliminar do acidente aeronáutico”, finalizou.

Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB

Fundamentais para a investigação

As investigações são fundamentais para a investigação das causas do acidente. Isso porque abrigam gravadores que, se encontrados intactos, contêm informações importantes. Um avião, a exemplo do ATR-72 que caiu, possui duas caixas-pretas:

  1. Cockpit Voice Recorder (CVR): um gravador de áudio que registra as conversas entre piloto e co-piloto, deles com os comissários de bordo e com o controle de tráfego aéreo.
  2. Flight data recorde (FDR): um gravador de informações e parâmetros da aeronave, como altitude, velocidade, posição das manetes, botões acionados, entre outros dados técnicos da aeronave ao longo do trajeto.

Com esses dados da aeronave e os áudios da cabine, os investigadores podem entender a dinâmica e os fatores que podem ter contribuído para a queda do avião.

Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB

Referência nesse tipo de investigação

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o Cenipa é referência internacional nesse tipo de investigação, mas pode contar com a ajuda da fabricante se não conseguir extrair os dados e áudios.

“Nós temos a capacidade de fazer a obtenção desses dados, mas, em função da gravidade do evento, o gravador é exposto a uma temperatura tão alta que os equipamentos internos se danificam, impossibilitando a extração. Mas quando isso ocorre, temos acordo de parceria com agências de investigações, da França, Canadá ou dos Estados Unidos”, explicou o brigadeiro.

Entenda, a seguir, o que são as caixas-pretas, o que acontece depois que elas são encontradas e como elas gravam áudios e dados.

Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB

Tudo o que você precisa saber sobre a queda da aeronave em Vinhedo

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Origem das caixas-pretas

Obrigatórias na maioria dos aviões em aviões, as caixas pretas foram inventadas, segundo a Reuters, ainda em 1950 pelo australiano David Warren. Ela mantém gravadores a fim de identificar as causas de acidentes e, assim, ajudar na prevenção deles.

As caixas-pretas não são realmente pretas. Elas são pintadas de laranja, uma cor que pode ser vista à distância, debaixo da água e no meio escombros e, desta forma, facilitar nas buscas.

Imagem explicativa sobre a caixa-preta — Foto: Arte g1

Depois de encontradas, o que acontece?

Após o resgate das caixas-pretas, técnicos retiram o material de proteção e limpam cuidadosamente as conexões para garantir que não se apaguem acidentalmente os dados.

Depois, o arquivo de áudio e demais dados devem ser baixados para uma plataforma segura onde ficam copiados. Mas ainda é preciso decodificar os arquivos brutos e produzir gráficos que poderão, assim, ser lidos pelos investigadores.

Há também uma análise cuidadosa de sons e ruídos captados, que podem apontar irregularidades e até mesmo explosões.

Elas sempre foram desse jeito?

Não. As caixas-pretas atuais guardam as informações em memórias do tipo SSD (Solid-State Memory), um substituto do HD bastante comum em computadores. No entanto, os primeiros dispositivos guardavam – bastante menos informações – em conexões de fios ou chapas metálicas.

As gravações ficam protegidas dentro de um revestimento capaz de resistir mais de 3,4 mil vezes a força da gravidade durante a queda.

Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB

Mas então por que não revestir todo o avião com esse material?

Porque seria impossível alçar voo. Segundo o Museu Smitshonian do Ar e do Espaço, a maior parte das caixas-pretas são envoltas em aço, um sólido bastante resistente, mas também pesado.

Fazer um avião inteiro de aço o faria pesar muito mais e seria difícil voar. Os aviões são feitos de alumínio, que é mais leve, e são reforçados em torno de uma estrutura de aço e titânio.

Qual o tamanho de uma caixa-preta?

Elas não são muito grandes, mas pesam cerca de 4,5 kg e contêm quatro partes principais:

  1. um chassi ou interface projetada para proteger o dispositivo e facilitar a gravação e reprodução
  2. um farol localizador subaquático
  3. a carcaça do núcleo ou “Unidade de memória de sobrevivência a choques” feita de aço inoxidável ou titânio
  4. e dentro de tudo isso é onde ficam as gravações armazenadas em chips ou outros formatos
  • um gravador de voz do cockpit (CVR) para vozes do piloto e sons do cockpit – esse é o que foi encontrado do voo da Eastern China Airlines.
  • um gravador de dados de voo (FDR) que captura informações sobre parâmetros, incluindo altitude, velocidade do ar, direção e empuxo do motor

Caixa preta da aeronave que caiu em Vinhedo (SP). — Foto: Divulgação/FAB

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