No vídeo (assista acima), José Ivanilson da Silva apareceu correndo desnorteado a cerca de 1 km do local da queda. Ao fundo, é possível ouvir o barulho feito pela aeronave, um ATR 72-500, enquanto perdia altitude em direção ao solo.
“Quando eu cheguei nesse clarão, vi a aeronave saindo aqui e ela começou a rodopiar. Deu os rodopios e depois já seguiu para o lado do condomínio. Fiquei desesperado, era muito desespero na hora, barulho muito intenso. Não posso ouvir barulho de avião que fico desesperado, fiquei traumatizado”, relatou.
Em homenagem às 62 vidas perdidas, duas missas de sétimo dia aconteceram nesta sexta-feira (16): uma em Vinhedo, na Comunidade São Roque, às 19h30; e outra na Catedral Metropolitana de Campinas, a cerca de 20 km do acidente, às 12h15.
Câmera de segurança registra desespero de pedreiro ao ver queda de avião em Vinhedo — Foto: Reprodução/EPTV
Causas em investigação
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
O estol é uma situação na qual a asa perde completamente a sustentação útil, o que causa a queda brusca do avião. A depender da altitude e da condição, é possível recuperar a altitude em voo.
Como era o avião que caiu em Vinhedo — Foto: Arte g1
O que diz a Voepass?
O CEO da Voepass Linhas Aéreas, Eduardo Busch, concedeu entrevista coletiva na noite de sexta (9) e afirmou que os pilotos eram experientes e os sistemas operacionais da aeronave estavam todos em funcionamento no momento da decolagem.
“A Voepass Linhas Aéreas informa que a aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou de CAC sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação”.
Já na terça-feira (13), no primeiro pronunciamento após a tragédia, o presidente da Voepass, comandante José Luiz Felício Filho, expressou solidariedade às famílias das vítimas e destacou que a empresa segue “as melhores práticas internacionais” de segurança.
“Sempre construí uma base com diretrizes sólidas e sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais para garantir a segurança operacional de todos. A vida dos nossos passageiros, assim como dos nossos tripulantes, sempre foi e continuará sendo nossa prioridade número um”, disse.
Escombros de avião em Vinhedo (SP) neste sábado, dia 10 de agosto de 2024 — Foto: Nelson Almeida/AFP